segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pequena Miss Sunshine


Quando uma história é contada com os EUA como cenário há um "pré-conceito" de que tudo será o retrato do "sonho americano", uma caricatura do povo. "Pequena Miss Sunshine" contraria a fórmula hollywoodiana, transformando a vida de uma família atípica, ainda que esta guarde traços do tal "american dream".

Os personagens são metáforas de vida cheia de caminhos sinuosos. Metáforas, antíteses e onomatopéias de conflitos.

Filmes da Fox são em sua maioria repletos de boas músicas e, em uma jornada de três dias para chegar à Califórnia, em meio a adversidades encontradas no caminho, a trilha sonora enche a tela para atingir em cheio o público. É ajuda ao manual de como correr - literalmente - atrás de um sonho.

Separando o elenco em duplas, podemos perceber a força centrífuga que age sobre ele. São pares que se completam: Olive e o avô sendo imbatíveis em suas parcerias dançantes, Frank e Dwayne compartilhando desilusões e pensamentos ásperos e Sheryl e Richard permanecendo companheiros mesmo com todas as dificuldades que habitam o caminho.

É ao mesmo tempo o oposto da proposta de Hollywood e a alusão ao mundo atual e é com esta receita de analogia que todos nós estamos representados em "Pequena Miss Sunshine". A correria que se instalou no filme mostra o quanto do cotidiano desenfreado é caracterizado.

Olive pode ser a sonhadora que tem pressa, Dwayne o visionário abstendo-se do social e se enfurnando em pensamentos rochosos. Steve Carell, interpretando o tio de Olive, é a síntese da Lei de Murphy. Estes e os outros três personagens são o foco do filme, onde o concurso de beleza, por exemplo, age como cenário, apenas.

Em meio a confusões entre o Novo México e a Califórnia, Olive, Dwayne, Richard, Frank, Sheryl e o avô são uma construção e seus pilares se fortalecem a cada imprevisto. Com eles é possível mostrar o quanto a beleza e a perfeição podem ser secundários.

No final do filme, quando Olive e sua família chocam o público, há o momento de entendimento entre todos eles, que Aristóteles chamaria de catarse. Eles se purificam com o ocorrido, mesmo depois de tanta bagunça.
resenha crítica - aula de oficina de leitura e escrita

Um comentário:

Juliana Santos disse...

ti adoro pra xuxu!
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